GAMESCOM 2015: O FUTURO DE OVERWATCH É MUITO BONITO E EXCITANTE

O mais novo game da Blizzard é um FPS cheio de cor e diversão; jogamos e batemos um papo com os desenvolvedores na feira alemã!

 
 
 

Um jogo vibrante, colorido e cheio de trocação de tiros, num cenário futurista e otimista da Terra. Essa pode ser uma descrição rápida de Overwatch, primeira aposta da Blizzard dentro do universo dos first-person-shooters online. Revelado na Blizzcon de 2014, o game foi uma das estrelas da Gamescom 2015, com direito a um tempero brasileiro: durante a conferência de imprensa da empresa na Alemanha, pudemos ver pela primeira vez Lúcio, um DJ carioca que está entre os heróis de Overwatch. Mais do que isso: tivemos a chance de jogar com ele e bater um papo sobre sua criação com Jeff Kaplan, diretor criativo do game, e Michael Chu, game designer sênior da empresa.

“Lúcio é a versão moderna de um bard, uma coisa bem nerd do mundo dos RPGs. Ele é um DJ carioca, inspirado pela visão de beleza que nós temos do Rio de Janeiro”, conta Kaplan ao IGN Brasil. Munido de dreads e patins, Lúcio é um dos personagens mais bacanas de Overwatch -- o primeiro game da Blizzard a se passar no planeta Terra, cheio de heróis de todas as partes do mundo. “Queremos mostrar aos fãs da Blizzard como a Terra é um lugar legal”, brinca Michael Chu.

 

 

Overwatch coloca os jogadores em mapas divertidos em uma atmosfera focada nas equipes, com batalhas de seis heróis para cada lado. Não sou um fã de shooters, mas o ambiente colorido de Overwatch fez com que eu me sentisse á vontade para sair trocando tiros. São batalhas rápidas, com muita velocidade e personagens ágeis, pouco lembrando o clima hostil que eu sentia quando entrava em uma lan house na minha adolescência e todos os computadores estavam ocupados com Counter Strike.

Cheio de desafios

Não deve ser fácil trabalhar com a pressão de lançar o primeiro jogo de um universo original da sua empresa em 17 anos. Ainda mais quando essa empresa é a Blizzard,responsável por sucessos como Warcraft, Starcraft e Diablo. Mas Jeff Kaplan e Michael Chu, diretores criativos de Overwatch, parecem estar tranquilos com a tarefa, apesar da pressão.

“Quem trabalha na Blizzard é um gamer hardcore. Se nós não sairmos do escritório e quisermos ir para casa jogar nossos jogos, seremos um fracasso. Por outro lado, nada nos excita mais do que fazer o melhor shooter do mundo”, diz Kaplan.

 

 

Felizmente, o time de Overwatch tem aliados por todos os lados -- entre eles, ninguém menos que as produtoras Treyarch, Infinity Ward e Sledgehammer,responsáveis pelos últimos Call of Duty. “Nós seríamos burros se deixássemos de lado toda a expertise que a Activision tem ao fazer jogos de tiro”, conta o diretor criativo do jogo. Na entrevista a seguir, Chu e Kaplan falam mais sobre a visão de mundo que criaram para Overwatch, explicam o nome do personagem brasileiro e não descartam a possibilidade de um mapa com a ginga brazuca: “Estamos de olho no Rio de Janeiro”.

Quando as pessoas poderão sentir realmente como é Overwatch?
Jeff Kaplan: Anunciamos na PAX East que teremos um beta no terceiro trimestre de 2015. Não será um grande modo beta, mas definitivamente deixaremos os fãs ter um gostinho de como é Overwatch. Fique de olho!

Overwatch é a primeira nova propriedade intelectual da Blizzard em 17 anos. Como você explicaria o game para um cara que é fã de Diablo e de Starcraft?
Michael Chu: A Blizzard tem três grandes universos sendo explorados há muito tempo: Diablo, Starcraft e Warcraft. Pela primeira vez em 17 anos, temos algo novo para mostrar! É excitante participar disso. Overwatch é um game sobre o futuro, situado na Terra de daqui a mais ou menos 60 anos. É um futuro otimista -- ou, pelo menos, é um tipo de mundo no qual nós todos queremos viver um dia. Já vimos muitas previsões sobre como vai ser o futuro, e muitos filmes de ficção científica, e a maioria delas é pessimista. Seremos invadidos por aliens, ou todos os robôs do mundo vão nos matar, ou qualquer coisa assim. Em Overwatch, é diferente: todos trabalham para que o mundo seja um lugar melhor.

E por que é a hora da Blizzard olhar para o futuro da Terra agora?
Michael Chu: Bem… estamos aqui em Colônia, e logo que desci do trem, a primeira coisa que eu vi foi a catedral incrível da cidade. É um lugar incrível, e há muitas coisas assim na Terra. Quisemos contemplar o nosso mundo e suas coisas incríveis em Overwatch. Queremos mostrar aos fãs da Blizzard como a Terra é um lugar legal.

Ficamos muito felizes em ter um personagem brasileiro em Overwatch. Por que vocês quiseram criar o Lúcio?
Jeff Kaplan: Há muitas razões. Antes de tudo, porque Overwatch é um game global, e nós queríamos incluir a maior quantidade de culturas do mundo dentro do jogo. Especificamente sobre o Brasil… estamos apaixonados por toda a natureza colorida do país de vocês. O Rio de Janeiro para nós, é uma visão de beleza. É um dos destinos mais procurados do mundo pelos turistas. As pessoas são lindas, e todo mundo tem uma energia incrível. Quisemos levar isso para o jogo, ao mesmo tempo que o gameplay de Lúcio é todo inspirado por uma coisa bem nerd, bem do mundo do RPG. Ele é uma versão moderna de um bardo, o cara que canta canções que afetam todo mundo dentro do jogo.

 

 

É possível que a gente veja um mapa em que Lúcio se sinta literalmente em casa em Overwatch?
Jeff Kaplan: Qualquer coisa é possível nesse momento para Overwatch. Durante a PAX East, tínhamos acabados de anunciar Zarya, a personagem russa, e os jornalistas de lá ficaram me perguntando: “será que teremos um mapa na Rússia também?”. Eu não podia falar nada, mas a gente já tinha esse mapa incrível da Rússia, o Volskaya Industries. Queremos usar os mapas que criamos no jogo para contar a maior quantidade de histórias dos nossos heróis. Os heróis são o centro do nosso game. O fato de Lúcio ser do Rio de Janeiro… bem, nós estamos de olho no Brasil.

Qual a origem do nome Lúcio?
Michael Chu: O nome de um personagem é muito importante. Quando criamos um personagem, é uma das primeiras coisas que fazemos é lhe dar um nome. No caso do brasileiro, era importante que ele tivesse um nome em português. E se você for ver, Lúcio tem tudo a ver com esse cara: a origem do nome tem uma raiz latina, que significa luz. Se você olha para Lúcio, ele é um personagem luminoso: ele é otimista, ele curte a vida e adora música!

É errado chamar Overwatch de um FPS?
Jeff Kaplan: Não. Nem um pouco! Mas o que diferencia Overwatch de qualquer FPS é que o nosso game é muito focado nos times. Todo a jogabilidade é feita para que as partidas sejam resolvidas em equipe, e não de forma individual.

 

 

A Blizzard é uma empresa irmã da Activision, dona de títulos de tiro como Destiny e Call of Duty. Vocês pegaram algumas dicas com o pessoal da Bungie e das produtoras de CoD para fazer Overwatch?
Jeff Kaplan: Temos muita sorte de estar na Activision, porque eles têm muita experiência no mundo dos FPS. Eles dominam o mercado, sabe? Há muitos recursos na Activision para aprender sobre jogos de tiro. Temos muito diálogo com a Treyarch, a Infinity Ward e a Sledgehammer, conversamos com eles de forma ativa. Eu não poderia agradecer o suficiente ao pessoal da Treyarch: eles jogam Overwatch toda hora, nos dão muitas sugestões. Nós seríamos burros se deixássemos de lado toda a expertise que a Activision tem ao fazer jogos de tiro.

Como é criar o primeiro FPS da Blizzard, uma empresa que tem muitos fãs dedicados há mais de duas décadas?
Jeff Kaplan: A expectativa sobre nós é tremenda. A Blizzard, hoje, não tem a permissão de lançar um jogo mediano ou um jogo abaixo das expectativas dos fãs. Ninguém vai ficar satisfeito se fizermos um jogo ruim. Quem trabalha na Blizzard é um gamer hardcore. Se nós não sairmos do escritório e quisermos ir para casa jogar os nossos jogos, seremos um fracasso. Por outro lado, nada excita mais a equipe de Overwatch do que fazer o melhor shooter do mundo.

 

 

Overwatch é um game com personagens de todas as partes do mundo. Como a Blizzard está se preparando para a localização desses games -- afinal, se há um brasileiro no jogo, eu quero que ele soe como um brasileiro falando…
Michael Chu: Esse é outros dos nossos novos desafios da Blizzard em Overwatch. Se você prestar atenção, todas as placas e sinais do Volskaya Industries estão em russo, e no vídeo do Lúcio, há placas de trânsito em português. Temos grupos de apoio da Blizzard em diversas partes do mundo, e tem sido incrível conversar com eles e falar: “teremos um personagem brasileiro no jogo. Como ele deve ser?”.
Jeff Kaplan: Temos recebido muito feedback: os jogadores franceses, por exemplo, não ficaram felizes com as falas da Widowmaker. Fomos lá e gravamos as falas dela outra vez, com uma atriz que vai fazer tanto a versão em inglês como a versão em português. 

 

Por:Dantez     Fonte:Ign-Br