ANÁLISE: The Order: 1886 para PS4.

NOME: The Order 1886
PRODUTORA: Ready at Dawn
ANO: 2015
GÊNERO: Ação-aventura

Tudo que eu mais gostaria de fazer agora é falar o quanto eu achei The Order 1886 legal, original, incrível, jogo do ano e tudo mais. O problema é que nenhum desses adjetivos passa pela minha cabeça quando o vejo como o jogo que ele realmente é. Entre o anúncio, produção e lançamento do game sabe Deus o que foi que aconteceu. Enfoque cinematográfico? Ok, mas e o resto do jogo? Uncharted foi infinitamente mais feliz neste quesito, pois conseguiu alinhar roteiro e mecânicas de jogo de forma única. O mesmo vale para God of War. Não dá para sustentar o que The Order realmente é apenas com "enfoque cinematográfico". Não cola. The Order 1886 ainda é considerado uma das grandes cartadas da Sony para 2015. Infelizmente ele mais se parece com um daqueles tech-demos de início de carreira do console. Algo mais ou menos parecido com o que Ryse foi no Xbox One. O formato de tiro em terceira pessoa somado a um sistema de cobertura não ajudou muito a caracterizá-lo como único também, sem expandir o gênero a um novo patamar. 

 

A trama do game gira em torno de uma organização muito antiga, que remete aos tempos do poderoso Rei Artur, com seus cavaleiros da távola redonda à postos para impedir que o mal prevalesça sobre o homem de bem. A Londres fictícia retratada no game mistura elementos conhecidos da sua história - e com boas referências a certos detetives e assassinos seriais - com seres amaldiçoados chamados de "Half-breeds", os tão comentados lobisomens dos trailes do jogo. Controlamos um desses novos cavaleiros, Sir Galahad, barbudão que está no ofício há mais tempo que muitos dos seus companheiros, caçador nato, um dos mais fortes dentro da Ordem. Ao seu lado, Lady Igraine, discípula de Galahad, é a mulher mais corajosa da Ordem, um tanto esquentada, mas bastante equilibrada em situações de perigo. Marquis de Lafayette ainda é um recruta em treinamento, galanteador e atualmente sob a tutelagem de Sir Perceval, um dos amigos mais antigos de Galahad. Esses quatro trabalham um pouco fora da linha, uma espécie de black ops dos cavaleiros, desrespeitando regras e agindo ferozmente em quaisquer situações que achem suspeitas o suficiente para tal. Para ajudá-los em sua tarefa, a Ordem os fornece um líquido misterioso, a Água Negra, capaz de curar os mais profundos ferimentos. Infelizmente, não traz resultado caso o cavaleiro morra em combate. 

Com o desenrolar da trama, vamos nos familiarizando com os personagens e criando certos vínculos, apenas para serem destroçados com o andar da carruagem. Um dos melhores exemplos disso é a posição de Galahad antes e depois do ataque ao zepelin (aquele do trailer). Dali para a frente, temos um personagem completamente novo. Eu diria muito mais legal também. O visual do game extrapola qualquer noção de "gráficos bonitos para a atual geração de consoles". Os cenários impecáveis, apesar de vazios (no sentido de nada para fazer), nos fazem mergulhar de cabeça dentro do universo do game. Não fossem as marcações que aparecem nos itens que podem ser tocados, seria impossível distingui-los dentro do game. Fotografias e jornais estão sempre presentes em The Order. Apesar de não criarem nenhum tipo de continuidade em termos de mecânica de jogo (como quebra-cabeças, inexistentes, aliás), pegar uma dessas fotos em sua mão, movimentá-la contra a luz e olhar o seu verso é de cair o queixo. Toda uma experiência que com certeza será melhor utilizada em um próximo game do estúdio. 



No que diz respeito à trama de The Order, o final abrupto e sem um mísero sentido de conclusão após pouco mais de cinco horas de jogo, me deixou transtornado. Foi mais ou menos como assitir o segundo De Volta para o Futuro sem saber que o terceiro viria meio ano depois. Estaria eu pagando por um jogo cujo seu final viria posteriormente, via DLC? Ou então ele realmente termina ali, sem qualquer sentimento de término real, nos forçando a esperar por um The Order 1887, sabe-se lá quando? Não seria a primeira vez que teríamos um final verdadeiro via DLC, vide Asura's Wrath. Mas ao meu ver (e não querendo defender o game da Capcom) são propostas completamente diferentes e dignas de uma análise posterior, incólume a esta crítica. Em relação a duração do game, não creio que isso deva servir como ponto negativo, quer dizer, se ele realmente fizesse por merecer. Não é o tempo total de jogo que vai estragar a sua experiência, mas sim seus inúmeros outros problemas. Já passamos por essa questão de duração com Metal Gear Rising, Vanquish e Ground Zeroes, não? Deixem isso para lá. Para o combate em The Order, um problemão quando enfrentamos os lobisomens diz respeito à sua inteligência artificial. Do começo ao fim, a fera virá ao seu encontro (dando a opção de esquivar ou apanhar, simplesmente), fugirá e repetirá o processo, ad infinitum. Mesmo no modo mais difícil, apenas a quantidade de dano sofrido (e o tempo para repor essa energia perdida) passa por algum tipo de alteração. 

NOTA

Por:Dantez                 Fonte:Gamevicio/BJ